quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Sem angústias nem explicações: O olhar zen subexposto de Henri Cartier-Bresson

A interrogação no título do filme já indicava que os mistérios do fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson não seriam revelados. Logo de início o fotojornalista, co-fundador da Agência Magnum Photos, declarou que o importante ali não seria suas respostas, mas sim o teor das perguntas. Foi tão ousado quanto suas fotos.

Arrogante, Cartier-Bresson respondia a sua ex-mulher com provocações. Quando questionado se já teve um grande amor, ele disse que sim, mas não a alguém ou a alguma coisa. O fotógrafo demonstrava ali seu lado mais zen, falando de que devia o amor a todas as coisas lindas que já fotografou como árvores, pássaros e até mesmo o cosmo. O zen não se referia a nenhuma religião, mas uma maneira diferente de dialogar com o mundo.

A primeira obra fotográfica, conhecida na França como “Images à la Sauvette”, ganhou um título inusitado na Inglaterra: “The Decisive Moment”. Esse momento se tornaria uma inspiração para todos os fotógrafos, amadores ou profissionais, já que trabalha com um momento tão furtivo e quem sabe, merecedor de ser congelado. Capturar esse instante crucial traz a angústia de estar no lugar certo e na hora certa. Embora amenize qualquer aflição citando uma frase de Rodin: “O que se faz com tempo, o tempo respeita.”

Talvez o grande colaborador de Bresson seja o acaso. O fotojornalista conheceu diversos países e pode retratar momentos importantes da história mundial. Ele estava na Espanha durante a Guerra Civil, na Índia quando Mahatma Gandhi foi assassinado e na China durante a revolução cultural de Mao Tsé Tung. Foi também o primeiro fotógrafo ocidental a ter autorização para retratar a vida da União Soviética.

Era membro do partido comunista francês e foi duas vezes preso durante a 2ª Guerra Mundial. Após o conflito o Museu de Artes de Nova Iorque fez uma exibição de fotos “póstuma”, mas Bresson ainda estava vivo. O fato inusitado se repetiu no verdadeiro fim de sua vida. A imprensa mundial só descobriu a sua morte dois dias depois.

Cartier-Bresson deixou muito mais do que sua obra ou seu modo de vida. Para ele "Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração". A fotografia não é só a técnica, ou só a paralisação do tempo real. Revela-se junto da imagem um pouco da consciência e dos sentimentos do ser humano.

2 comentários:

Unknown disse...

Luiz,
Parabéns pelo blog, parabéns pelas fotos e textos.
Parabéns por conseguir não só "paralizar o tempo real, mas como revelar junto da imagem um pouco da consciência e dos sentimentos do ser humano".
E que você continue assim como Bresson(olha que super elogio, tendo muita "colaboração do acaso", e levando informações, sonhos, realidade, pessoas, lugares para várias pessoas, em vários lugares, ao mesmo tempo.....
Sou sua fã!
Grande beijo!

Anônimo disse...

lilymendonca@hotmail.com diz:
http://puxaofilme.blogspot.com/
lilymendonca@hotmail.com diz:
olha que legal
andre@andregarzia.com diz:
olha q legal, o texto eh do luiz
andre@andregarzia.com diz:
que foda!!!!!
lilymendonca@hotmail.com diz:
legal, né
lilymendonca@hotmail.com diz:
pois é....
lilymendonca@hotmail.com diz:
ele é um cara foda
lilymendonca@hotmail.com diz:
q escreve e fotografa bem e é um amor de pessoa
andre@andregarzia.com diz:
uhum. foda!!!!!
andre@andregarzia.com diz:
eu adoro ele!
lilymendonca@hotmail.com diz:
po, eu amo e admiro esse mulek cada dia mais
andre@andregarzia.com diz:
ele eh foda!!!! eu tb gosto cada vez mais dele....